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Grupo Mazurky é destaque no DGABC com artigo exclusivo

Para o Diário do Grande ABC, Eduardo Mazurkyewistz, CEO Grupo Mazurky, comenta os impactos da taxa Selic em 15% em novo artigo. O executivo faz um importante alerta sobre os efeitos dessa decisão para o desenvolvimento da produção nacional e a geração de empregos.

Confira o artigo completo abaixo:

Selic em 15%: Um país que paga para parar, não para produzir

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, na última quarta-feira (18), manter o ciclo de alta da taxa básica de juros e elevou a Selic para 15% ao ano. A decisão foi por unanimidade e o Copom justificou que as incertezas na economia dos Estados Unidos exige cautela nos países emergentes, como o Brasil.

Elevar a taxa Selic para 15%, o maior patamar desde 2006, é mais um duro golpe contra o desenvolvimento da indústria brasileira. É lamentável e preocupante que, mesmo com a economia pedindo estímulo à produção e ao investimento, ainda estejamos apostando em juros elevados como resposta principal aos desafios macroeconômicos.

Essa decisão trava investimentos, desestimula o consumo e desanima quem depende do crédito produtivo para continuar gerando empregos e movimentando a economia real. É o caso da indústria, que trabalha com margens apertadas, prazos longos e ciclos de produção que exigem planejamento e financiamento. Com juros nesse nível, muitos projetos simplesmente deixam de acontecer.

Não se trata de criticar o governo, mas de chamar à responsabilidade. Se queremos um país mais justo e competitivo, precisamos parar de penalizar quem produz. Manter os juros em 15% favorece um modelo que remunera aplicações financeiras de forma desproporcional, enquanto desestimula investimentos em atividade produtiva. Quem ganha com isso? Apenas os rentistas, aqueles que vivem do rendimento do capital, sem gerar emprego, renda ou economia circular.

E o mais preocupante é a insegurança que esse cenário gera. Como um empresário pode planejar expansão, inovação ou exportação com juros imprevisíveis, inflação ainda elevada e risco cambial? A indústria precisa de previsibilidade, acesso a crédito, e políticas que incentivem a geração de valor, não barreiras que nos fazem retroceder a cada tentativa de avanço.

Eu me incluo entre os milhares de empresários que acreditam na força da produção nacional, mas que sentem o peso de decisões que não consideram o impacto direto sobre quem está na linha de frente. A Selic em 15% não é apenas um número. É um sinal claro de que o Brasil ainda não encontrou o equilíbrio entre responsabilidade fiscal e estímulo ao crescimento.

Controlar a inflação é necessário, sim. Mas não podemos esquecer que sem produção não há crescimento sustentável. Sem indústria forte, não há país forte. Precisamos de uma política econômica que entenda isso e que comece a agir com coragem, estratégia e visão de futuro.

Eduardo Mazurkyewistz, Co-CEO do Grupo Mazurky, indústria do setor de embalagens de papelão ondulado, instalada em Mauá.