Sua empresa está preparada para emitir a nota fiscal em 1º de janeiro?

Na coluna “ABC da Indústria”, publicada no Diário do Grande ABC desta semana, o Co-CEO do Grupo Mazurky, Eduardo Mazurkyewistz, traz um alerta importante sobre a primeira fase da reforma tributária, que entra em vigor já no início do próximo ano.

Eduardo destaca que, embora a reforma tenha como objetivo simplificar o sistema, a transição exigirá muito mais do que simplesmente emitir notas fiscais no novo modelo.

Na análise, ele chama atenção para um ponto frequentemente negligenciado: não é apenas a emissão das notas que muda, mas também todo o processo de entrada, conferência, recebimento e pagamento de fornecedores. No setor industrial, qualquer falha ou gargalo pode interromper a linha de produção e gerar prejuízos que vão muito além do operacional.

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Estamos a poucas semanas da primeira fase da reforma tributária entrar em vigor e a pergunta que todo empresário deveria se fazer agora é simples: sua empresa está realmente pronta para emitir nota fiscal no novo modelo já no primeiro dia do ano?

Um levantamento da V360 mostrou que 72% das médias e grandes empresas ainda não fizeram as adaptações necessárias. Esse número não deveria passar despercebido. Ele escancara um problema sério e que muita gente insiste em empurrar com a barriga. Como empresário industrial, vejo esses dados e fico com a sensação de que estamos subestimando o tamanho da mudança.

A reforma nasce com a intenção de simplificar. Isso todos já sabem. Mas simplificar não significa que o processo será fácil para quem produz. Pelo contrário. A transição exige preparo técnico, mudança de rotina, revisão de fluxos, investimento em tecnologia e treinamento. E a maioria ainda não fez o básico.

O dado que mais me chama atenção é que grande parte das empresas está olhando somente para a emissão das novas notas fiscais. A impressão que fica é que muitos acreditam que basta emitir e está resolvido. Só que não está. O processo de entrada das notas, que envolve conferência, recebimento e pagamento dos fornecedores, também muda completamente. No setor industrial isso é determinante. Basta um gargalo para a linha parar. E quando a linha para todo mundo para junto.

Por isso insisto que esse não é apenas um assunto tributário. É um teste de gestão. Um teste de maturidade. E quem deixar para ajustar em cima da hora vai pagar caro. A indústria brasileira já conhece bem o preço do improviso. Só que dessa vez o custo será mais alto do que estamos acostumados.

Apesar disso, existe uma oportunidade. A modernização pode gerar eficiência real. Pode reduzir litígios, dar previsibilidade, diminuir custo operacional e, principalmente, colocar o país em uma rota mais competitiva. As empresas que se anteciparem vão se posicionar melhor. Vão operar com mais segurança e menos surpresas.

O tempo está passando rápido. A reforma já é uma realidade. E o custo de não se preparar pode ser maior do que muitos imaginam. As empresas, os trabalhadores e todo o setor produtivo sentirão as consequências. Quem entender isso agora estará muito à frente quando o relógio virar no dia 1º de janeiro.

Eduardo Mazurkyewistz, sócio fundador da Mazurky Embalagens de Papelão Ondulado. Advogado, com especialização em administração de empresas e treinamento para empreendedorismo pelo SEBRAE, Mazurkyewistz é membro da Empapel (Associação Brasileira de Embalagens em Papel). É também vice-diretor titular do CIESP – São Bernardo do Campo (Centro Regional das Indústrias do Estado de São Paulo). Há mais de uma década no mercado, a Mazurky é uma empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de caixas de papelão e acessórios de papelão ondulado.

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