No artigo da coluna ABC da Indústria, do Diário do Grande ABC, o Co-CEO | Estratégia, Mercado & Experiência do Cliente do Grupo Mazurky e vice-diretor titular do CIESP, Eduardo Mazurkyewistz, falou sobre as implicações do IOF na vida do empresário e nas finanças das empresas. Embora muitas vezes passe despercebido, esse imposto tem efeito direto sobre o custo do crédito, trazendo insegurança e dificultando o planejamento financeiro dos negócios. Mazurkyewistz defende que é hora de discutir uma tributação mais justa e previsível para o setor produtivo.
Leia o artigo completo abaixo:
Há impostos que aparecem no radar e causam barulho. E há aqueles que agem silenciosamente, corroendo a saúde financeira das empresas sem chamar tanta atenção. O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) está nesse segundo grupo, mas seu impacto é real, constante e preocupante.
Recentemente, o governo propôs mudanças que reacendem a discussão sobre o IOF, ampliando sua aplicação e aumentando sua incidência sobre operações que já são essenciais à atividade empresarial, como empréstimos, financiamentos, adiantamentos e até operações de câmbio.
Para o empresário, o efeito é direto: o crédito, que já é caro no Brasil, fica ainda mais pesado. Cada vez que uma empresa busca capital de giro, negocia com o banco ou estrutura uma operação de exportação, o IOF aparece como um custo adicional, muitas vezes inesperado e pouco transparente.
E o problema não é apenas o valor do imposto; é a insegurança jurídica e fiscal que ele gera. Como planejar o fluxo de caixa ou investir com confiança se, a qualquer momento, o governo pode aumentar a alíquota ou mudar as regras? Como convencer um investidor estrangeiro a apostar em um país onde a tributação sobre operações financeiras muda conforme a necessidade de arrecadação?
O IOF, que deveria ser um imposto regulatório e temporário, se tornou uma ferramenta permanente de arrecadação, penalizando quem produz e quem movimenta a economia real.
Fica aqui meu alerta como empresário: precisamos de estabilidade, previsibilidade e coerência tributária. O setor produtivo brasileiro já lida com uma carga pesada demais. Manter, ou pior, aumentar o IOF, é mais um obstáculo ao crescimento.
O Brasil precisa estimular quem empreende, não punir cada movimento financeiro com mais um imposto. O empresário brasileiro quer produzir, investir e empregar, mas precisa de um ambiente que permita isso.
Eduardo Mazurkyewistz, sócio fundador da Mazurky Embalagens de Papelão Ondulado. Advogado, com especialização em administração de empresas e treinamento para empreendedorismo pelo SEBRAE, Mazurkyewistz é membro da Empapel (Associação Brasileira de Embalagens em Papel). É também vice-diretor titular do CIESP – São Bernardo do Campo (Centro Regional das Indústrias do Estado de São Paulo). Há mais de uma década no mercado, a Mazurky é uma empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de caixas de papelão e acessórios de papelão ondulado.